Tuesday, March 27, 2007

Interrupção Voluntária


...e sistemática das funções físicas e da consciência dolorosa.
Suspensão das contracções do diafragma obnubilado pelo apelo do baixo ventre que se abre como uma ferida vista por dentro, não sobre um quarto íntimo, mas sobre uma camarata mergulhada numa luz forte demais. Ruína da alma enviesada pelo temor que atrai os pólos contrários e origina a faísca que faz falir os excessos retóricos e protoplásmicos daqueles que contam entre os mais infames celibatários do espírito.
Malditos sejam estes estreitamentos suicidários, este pathos pastoso e grandiloquente, esta sensualidade gemente que trepana os crânios, fende os corações e dilata os corpos!! Doravante precisamos de calma, de novidade e de limpeza. De matéria também, fibrosa e precoce, maleável e robusta, ligeira e fulgurante. Com que edificar sobre os nossos ventres risonhos uma ossadura deslumbrante que exortaria mais do que uma alma errante a regressar ao corpo.
Pois enfim, meu pobre amigo, tomai nota - TODO O MUNDO vive numa época trágica e sórdida!

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